Para o meu avô.
(http://avomocinha.blogspot.com.br/2011/02/cata-vento.html) |
Dizem que a
infância é doce. Que por isso deve ser protegida e preservada. Uma das
lembranças doces que tenho da minha é de brincar de catavento. Na verdade, não
foi bem o catavento que tornou doce parte da minha infância, mas quem o produzia.
Entre os
meus três a cinco anos o meu avô, homem de poucas palavras, nos falava tudo
quando sentava no batente de casa. Eram seis netos sob seu teto. Era catavento
até umas horas. O meu prazer era vê-lo montar o brinquedo... Pegar o graveto ou
o palito. Cortar o papel. Juntar as pontinhas do papel no centro da flor e pregá-las
com um alfinete no graveto ou no palito.
Era muita
paciência. Eram muitos netos. E, às vezes, eram muitas crianças da mesma rua.
Era muito catavento.
Nossos cataventos
eram simples. Flores rasgadas dos cadernos velhos de minhas tias e de minha
mãe.
Enquanto elas junto de minha tia avó e minha avó ficavam sentadas nas cadeiras conversando e
observando a movimentação. O seu Chico, meu avô, ficava ali no chão, com os netos e as outras crianças, cultivando doçura.
17/07/14
Um comentário:
Que lindo, me lembrou um filme que vi faz pouco tempo, chama Tarja Branca, já viu? Vale a pena, é sobre essas riquezas da infância e do brincar.
Beijos saudosos
Postar um comentário